sábado, agosto 04, 2007

 

Tanta diferença

O degrau duma escada não serve simplesmente para que alguém permaneça sobre ele; destina-se a sustentar o pé dum homem pelo tempo suficiente para que coloque o outro um pouco mais alto.
Metas, nós procuramos. Caminhos, encontramo-los. Desafios, enfrentamo-los. Vivemos a vida. Saudades, matamo-las. Sonhos, realizamo-los e por estes lados, sabemos conquistar amigos.
Porque do outro, não se vive, vegeta-se. Do outro lado, não é encontrado qualquer caminho nem se enfrenta nenhum desafio. Muito menos se vive, nem se matam saudades, pelo simples facto de ser impossível fazê-lo.
Não se voltará atrás e sonhos não se realizam e amigos, é coisa que não se conquista. Coisa inexistente.
Do outro lado, vegetando-se, não se conseguem amizades, embora sejam apregoadas muitas e até de alto nível. Tenta-se desbravar terrenos mas não se consegue abrir caminho algum.
Que se passa do outro lado? Vive-se uma espécie de vida alucinada e alucinante, de preconceitos mal eleitos e mal guardados, simula-se um modo inimaginável de puritanismo inconcebível.
Rigor e severidade só para com alheios, porque para si próprio tudo vale e tudo serve desde que se possa satisfazer e preencher as lacunas abertas pelo miserável ódio aliado a uma grave obsessão.
Honestidade? Responsabilidade? Tudo isso parece flutuar ao sabor do seu próprio vento, sobretudo quando tenta esquecer-se as mil e uma formas como se apresenta.
Um pobre Quixote manchado que pretende combater as suas visões e moinhos com a ponta duma frágil lança de madeira de balsa.
Como bem diz meu amigo Astonished: “Pauvre type”.

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