Portugal Quotidiano

Era uma vez uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima, que se deparou com um sapo enquanto contemplava, sentada na relva, a natureza e pensava como o lago do seu castelo estava em conformidade com as normas ecológicas da época.
Então, o sapo saltou-lhe para o colo e disse-lhe:
- Bela princesa. Já fui um belo príncipe muito inteligente e muito belo. Um dia, porém, uma bruxa má lançou-me um encanto e transformou-me neste sapo. Um beijo vosso, no entanto, transformar-me-á de novo no belo príncipe e poderemos casar morar no vosso lindo e ecológico castelo em Canidelo assente. A minha mãe podia vir morar connosco e vós podíeis preparar o meu jantar, lavar a loiça e as minhas roupas, criar os nossos rebentos, e seríamos felizes para sempre. Nas horas vagas que conseguir fora da Internet, secretariarei na Junta de Freguesia cá da parvónia porque sou muito bom na questão da escrita.
À princesa e à medida que o sapo ia falando, perpassou-lhe uma vaga imagem dum velho com barbas esbranquiçadas e cabelos encanecidos e encaracolados e uns óculos sobre o adunco nariz, que davam ao seu portador um ar de fuinha.
Naquela noite, enquanto saboreava umas pernas de rã sautées regadas com um finíssimo vinho branco chambré, a princesa sorria pensando no sapo que tinha esmagado com uma enxada, e dizia para consigo: “Nem morta”!!!