quarta-feira, abril 25, 2007

 

Órfão abandalhado

Aquela casa de Canidelo é uma casa triste e desconfortável.
Joaquim António Dias Andrade apareceu há longos anos no mundo dos vivos e costuma ir divertir-se a um cyber café, onde pode dar largas à sua doentia imaginação.
Quando se dedica à meditação recorda-se de sua mãe. E, nas suas horas de sonho e melancolia, fica-se a imaginar essa querida mãe de que a sua memória não guarda a mais ténue lembrança e põe-se a fantasiá-la.
Fez dessa imagem o seu ídolo, dessa mãe produto de uma imaginação fértil, ansiosa de beleza e bondade.
A mãe que não conheceu tornou-se para ele o refúgio, o amparo. Conversa consigo próprio no seu quarto e julga, por vezes, ouvir uma voz linda, musical, melancólica como a do mar respondendo às suas inquietações. No pai, não pensa. Sabe que morreu pouco depois de ter nascido. Mas a verdade é que do pai não sente saudades.
Da mãe, sim. (Daí ter adoptado o “nome” Confradessa.) Essa, a mãe, falta-lhe tanto que se viu forçado a “criar” a sua presença a seu lado.
Quando a sós, diz em voz alta “mãe” como se pronunciar essa palavra seja uma necessidade imperiosa da sua alma corrompida. A esta a quem a sua voz chama, sente-se ligado por uma ternura que afirma verdadeira, diz querer-lhe sem ter que evocar razões, deveres de gratidão. Gratidão por ter permitido no seu nascimento, verdadeira aberração da natureza do ventre que o gerou.
Todos estes pensamentos povoam o escabroso cérebro do Joaquim enquanto se vai espraiando pelo seu virótico blog. A mãe, o Ferreira e tantos outros, a grande sala da escola onde um professor lhe ensinou as primeiras letras… tão pouca coisa em tantos anos…

PS: Lamento, caro Eurico, mas ainda ando muito ocupado para poder contribuir mais para o PQ.
Em breve, como tudo indica, o poderei fazer de novo. Até lá, saudações de Abris a todos os amigos.

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