Portugal Quotidiano

Por muito que Aristóteles tenha afirmado que o nascimento de seres híbridos fosse impossível (Generation of Animals), a crença na mistura das espécies atravessa a Antiguidade.
Literalmente o (Porcus Humanus), ao qual dou o nome de homem porco é uma criatura quase mágica, constituída de um corpo de porco,, rabo (cauda) enrolado à volta de um orifício, “o orifício”, e terminado numa cabeça humana e um par de olhos redondos, umas ventas chatas estriadas, com rugas, e geralmente uma espécie de barbas a fugir para o branco.
Este híbrido, também conhecido como “O Qim Andrade”, reflecte uma sociedade onde se produz a mestiçagem do porco com o homem.
Lombo com pêlos eriçados, por vezes malhados, esta espécie não só reclama um imenso labor como também um verdadeiro savoir-faire.
Esta espécie, de excepção, enobrece “o homem canidelense”. A sua perenidade favorece a transmissão de arquétipos imemoriais.
Característica, a espécie do século XX, vê-se prolongada no início do século XXI, embora se saiba que para os lados de Canidelo e sua Junta de Freguesia, já tenham existido outros exemplares há uns três mil anos, cujo sítio principal é conhecido por canidelolândia porcina.
Alguns vestígios foram exumados por especialistas que se deliciaram com o exame do espécimen vivo, chegando à conclusão ser impossível manter por muito tempo a sua sobrevivência em comunidade.