quarta-feira, fevereiro 21, 2007

 

História de um porco fanático



Contaram-me a história de um porco que ouviu uma voz.
A voz (que mais não era senão de Canidelo, não pensem mal) ordenou-lhe que pegasse no seu bácoro mais novo e o levasse para longe da pocilga onde vivia, onde ninguém pudesse ouvir como grunhia o leitão pedindo ajuda, e o matasse.
O pai porco pegou no filho bácoro e levou-o, enganado, até mesmo dizendo-lhe (entre dois grunhidos), que iam comer umas belas batatas de um campo distante, e que depois dariam um passeio pelo monte.
Quando ali chegaram, pegou num grande cutelo e já estava prestes a matá-lo, ao suíno júnior, quando ouviu uma voz, parecia a mesma, que lhe disse:
- Detém-te porco! Suíno!
Este tolo perigoso, graças à sua disciplina cega para com a voz desconhecida (mais uma alucinação auditiva do porco), recebeu a ordem como uma bênção divina.
E voltou a ouvir (não pensem serem demasiadas alucinações): “Farei que a tua descendência seja tão numerosa (pudera, duas ninhadas por ano de entre 10 a 12 bácoros cada) como as estrelas do céu e a areia da praia de Canidelo.
Se este porco é o patriarca das religiões porcinas, que se pode aguardar dos que não são mais que seus simples herdeiros?
Uma imensa multidão que sempre vence seus inimigos, até quando se enfrentam entre eles.
E digo eu: “Como podem as autoridades ser tão contrárias aos internamentos em psiquiatria se a gente da bíblia suína está a ouvir vozes continuamente?”

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