domingo, janeiro 14, 2007

 

Idealista impulsivo

Não posso afirmar que o Qim seja em conhecedor dos homens. Que antes lhe acontece muitas vezes lê-los à sua maneira, muito subjectiva, atribuindo a uns e a outros dons e qualidades segundo as necessidades e impulsos de momento.
Esta perigosa tendência valeu-lhe por vezes cometer erros graves: por exemplo, escolher como amigos homens de pouco valor ou então, pelo contrário, os de valor para ele inacessíveis ou então apaixonar-se por damas como Madame La Confradesse, que lhe estão muito abaixo.
Outras ocasiões, pelo contrário, a sorte acompanha-o e encontra seres excepcionalmente dotados que correspondem por completo aos seus desejos.
Astonished, Red River, Osório Rio ou este humilde servidor ou ainda o Eurico. Pena é que um esteja ausente e os outros entregues às suas ocupações profissionais., porque com a presença deles o PQ é mais rico.
MAS, indiferentemente, parece-me por vezes ouvir o pensamento do Qim:
“O meu coração precisa de vós, homens de bem que me sois tão queridos. E só nos vossos braços amigos encontrarei um ardor novo”.
Como que leio também a sua escrita íntima:
“Sois a alma nobre que me faltou durante tanto tempo, alma digna de mim, com todas as minhas fraquezas e com as minhas pobres qualidades. Não sou certamente o que poderia ter sido. Teria podido vir a ser alguém de grande, mas muito cedo o destino se insurgiu contra mim”.
Esta vida de expressão e de amizade mística que o Qim dedica à que chama de Confraria – que bela ideia a sua criação - e daí o “nome” de Confradessa em sua honra – deve soar-nos aos ouvidos como vinda de um homem que não é mais que um rato de biblioteca, pedante e misantropo, azedo e de vistas estreitas.
Incapaz, com efeito, de qualquer entusiasmo ou emoção digna desse nome, o Qim é a pessoa menos indicada para desempenhar o papel de alma nobre.

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