segunda-feira, dezembro 18, 2006

 

A fuga do Barbosa



Nada mais belo, mais ágil, melhor ordenado do que o campo dos Bárbaros.
As trombetas, os tambores, os canhões, os flautins – que o Barbosa logo aprendeu a tocar – os oboés…, formavam uma harmonia como nunca houve nada no Império.
Primeiro, os Bárbaros deitaram abaixo o Pensador, o Amigo, O Bartolomeu de Gusmão, o Magalhães e o Cunha, poupando o Vasili das couves Barbosa, em certos locais também conhecido como Ildefonso e Magalhães. Em seguida, a fuzilaria faria desaparecer do melhor dos mundos o Joaqim Andrade, o Reis, o Mensageiro, o Abílio de Carvalho e até, imagine-se, o Andorinha.
Como em todas as histórias, há dois reis. O bom e o mau. Desta vez encontraram-se e até mandaram cantar os Te Deum, resolvendo ir reflectir longe dali acerca dos efeitos e das causas.
O Barbosa passou por baixo da pilha de mortos e moribundos, chegando a uma aldeia vizinha, sobre a qual, outrora, alguém relatou a história de uma louca qualquer, de quem um escritor qualquer falou num livro.
O Barbosa estava muito triste e nunca se esqueceria do seu Zézé Nalgas… O amor andava mesmo no ar e apesar de tudo o que tinha sofrido no campo dos Bárbaros, não lhe saía do pensamento.
Fugiu o Vasili das couves Barbosa, o mais depressa que pôde, para uma outra aldeia, desta feita mais longínqua. Pertencia a outro senhor, um tal Vitó Soba, que tinha como ajudante um tal Embalsame que, por sua vez acolitava também um indivíduo de barbas grisalhas, que se fazia chamar Parisiense. Intrigado, o Barbosa encontrou e consultou o Professor MIM, que lhe disse dever falar com o Vítor Lameira, que era amante da madame Reis, cujo marido amava, secretamente, Madame Penetra.
Ciumenta, Madame Rio Tintense, prega-lhe um valente par de lostras nas trombas, ficando o Barbosa com um olho à Belenenses, enquanto chamava pelo Tico Ticoe se recordava, carinhosamente das belas nalgas do Zézé.
Faltaram-lhe as provisões, mas tendo ouvido dizer que toda a gente era rica naquela aldeia cristã, pediu ao Erwin Dorado um pacote de simplesmente bolacha Maria. Por seu lado, HMG, egoísta, falou com o Dr. Sobral e este, por seu lado, abeirou-se da casa de um seu Confrade que, «astonished» lhe perguntou o que queria.
Enquanto falavam, aproximou-se deles a Mafalda, acompanhada por A Relvas, a quem tinha pregado um valente par de cornos, o que os levou a calar-se, com receio de cometerem alguma inconfidência.
O Barbosa, Vasili das couves, pediu esmola a muitas pessoas de ar grave e todas lhe responderam que, se continuasse com aquele ofício, o fechariam numa casa de correcção para aprender a viver.

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