sábado, dezembro 30, 2006

 

As Máscaras



Agora começa a aumentar o número de máscaras. Jovens e menos jovens vestidos com fatos de mulheres da classe mais baixa, com o peito à mostra e uma auto-suficiência cheia de vulgaridade é o que se vê em primeiro lugar.
Fazem festas aos homens com que se cruzam, tratam as mulheres com confiança, como suas iguais, e entregam-se a tudo com o humor, a graça ou o mau gosto lhe’s sugerem.
Vendo rejeitadas as festas que fazem aos homens, os que se mascaram atiram-se a eles apaixonadamente. Lembro-me, entre outras coisas, de um tipo que representava muito bem o papel de uma mulher apaixonada, briguenta, e que não havia maneira de acalmar, e que durante todo o corso – seu apenas – barafustou metendo-se com toda a gente, enquanto o seu inseparável companheiro perecia esforçar-se a todo o custo por a atiçar cada vez mais.
Refiro-me, como é evidente, ao Barbosa e à Confradessa, ou vice-versa.
Como um polichinelo a correr, trazendo à volta das ancas descaídas um grande chifre com pintas coloridas.
Ali aparece outro do mesmo género, outro e mais outro ainda, que, satisfeito alinha pelo mesmo diapasão que a sua cara-metade.
Porque as mulheres têm o mesmo prazer em exibir-se vestidas de homens que os homens em mostrar-se vestidos de mulheres, não perdendo a ocasião de se mascarar e é preciso reconhecer que conseguiram, desta forma ambígua, querer ter interesse.
Travestis, lésbicas e homossexuais? Dizem que não. Mascaram-se e traveste-se para podere usar e abusar da atenção do público que a ele, a ela, a eles, se resume.

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