quinta-feira, novembro 23, 2006
Sevícias e torturas
Permitam-me mais uma viagem através das celas subterrâneas e dos curros colectivos existentes nas “Cavernas” da PIDE.
Entremos na área onde estavam situadas as suites de interrogatórios constituídas por uma sala de paredes nuas, apenas dois falsos quebra-luzes, que escondiam microfones, cujo mobiliário se resume a uma mesa, uma cadeira e um banco – naturalmente para o interrogado – um quarto de dormir e uma retrete. Era nestes apartamentos que aos presos políticos eram aplicadas as mais diversas torturas. Em todos estes compartimentos verifica-se que os vidros são côncavos. Julgo que esta subtileza tivesse em vista distorcer as imagens reflectidas, de forma a perturbar ainda mais os “convidados de honra”.
O entanto, para além dos métodos tradicionais, utilizava outros mais evoluídos. Assim, da brutalidade, dos tempos de Salazar, que se verifica até nos próprios alojamentos, passou-se, no tempo de Marcelo Caetano, progressivamente para métodos mais científicos – que não excluíam espancamentos – mas nem por isso menos tenebrosos, pois a injúria psíquica é, na maioria dos casos, bem mais grave do que traumatismos físicos.
Acham que o Evaristo está isento disto, o fascista?
Amanhã, se tiver tempo, citarei passagens da circular nº 5 da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, de 10 de Agosto de 1970.
Entremos na área onde estavam situadas as suites de interrogatórios constituídas por uma sala de paredes nuas, apenas dois falsos quebra-luzes, que escondiam microfones, cujo mobiliário se resume a uma mesa, uma cadeira e um banco – naturalmente para o interrogado – um quarto de dormir e uma retrete. Era nestes apartamentos que aos presos políticos eram aplicadas as mais diversas torturas. Em todos estes compartimentos verifica-se que os vidros são côncavos. Julgo que esta subtileza tivesse em vista distorcer as imagens reflectidas, de forma a perturbar ainda mais os “convidados de honra”.
O entanto, para além dos métodos tradicionais, utilizava outros mais evoluídos. Assim, da brutalidade, dos tempos de Salazar, que se verifica até nos próprios alojamentos, passou-se, no tempo de Marcelo Caetano, progressivamente para métodos mais científicos – que não excluíam espancamentos – mas nem por isso menos tenebrosos, pois a injúria psíquica é, na maioria dos casos, bem mais grave do que traumatismos físicos.
Acham que o Evaristo está isento disto, o fascista?
Amanhã, se tiver tempo, citarei passagens da circular nº 5 da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, de 10 de Agosto de 1970.