sábado, novembro 25, 2006

 

Que belas epístolas

Hoje já ninguém espera o carteiro com a ansiedade e esperança de antigamente…
Na minha maneira de ver, é importante que as caixas do correio se encham novamente com cartas dos amigos e de amor, mensagens de carinho que nos falta pela distância…
O telefone e o telemóvel, de modo algum esquecendo o computador, por mais cómodos e estarem sempre à mão utilizam-se mais frequentemente, quase sempre, mas não dura, nada sobra, nada fica…
O melhor duma carta, seja de amor ou de espanta fantasmas, não é a leitura, mas poder voltar a lê-la dez, cem ou mil vezes… O prazer, ou não, da sua releitura. A busca ou a descoberta de novos matizes, sentidos, significados.
Uma boa carta lê-se e agradece-se anos depois de se ter recebido…
Que as pessoas se escrevam… que declarem o seu “amor”.
Que se cortem as relações e se agradeçam jantares ou reuniões. Mas por carta.
Quanto mais não seja para que sejamos capazes de vencer o nosso programado futuro de pessoas sem nada que reler. Para que existamos e fiquemos para lá da morte.
É sintomático como pode alguém escrever o que sabe não ser verdade?
Aí se coloca a questão: “ser ou não ser”. Ora, no caso em apreço a resposta é não ser. Não ser este ou aquele mas ter, como coincidência, palmilhado parte do percurso que outro fez, a partir da carvoaria de seus pais.
Naturalmente que as coincidências são isso mesmo. Coincidências apenas. Mas, que é estranho haver tantas numa pessoa é que já não pode deixar de coincidir.
Como também é estranho que pessoas há muito não “vistas” em certos locais, em determinada altura aparecem para corroborar uma história forjada do tipo “engana meninos”…
Para além da comoção que sofri, não posso deixar de ver como vai Portugal, pela amostra: uns vão bem e outros mal.

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?